terça-feira, 6 de março de 2012

DOE DENTE DE LEITE - FONTE DE CÉLULAS TRONCO




A polpa dos dentes de leite que a criança troca entre 6 e 12 anos é uma ótima fonte de células-tronco.

Hoje, as células-tronco são coletadas em embriões e cordões umbilicais de recém-nascidos e depois armazenadas em laboratórios, ou então retiradas de medula-óssea de pacientes que pretendem usá-las em tratamentos de saúde.

As células-tronco de dentes de leite poderiam ser reprogramadas e usadas para o desenvolvimento de novos dentes e até de outros tecidos, como ossos, músculos e nervos.

Pesquisas do Instituto Butantan, demonstraram que as células-tronco adultas da polpa de dente-de-leite podem ter a mesma versatilidade de células-tronco embrionárias. “É  como se conseguíssemos pegar uma flor e a transformássemos novamente em muda, capaz de originar qualquer parte da flor.”, explica Irina Karkis, do laboratório de genética do Butantan.

O grande benefício é que esta técnica é mais barata e rápida, além de não ser invasiva e com a vantagem de não causarem tantos conflitos éticos quanto a manipulação de embriões para obtenção de células-tronco.

Mônica e Sílvio Dualibi, pesquisadores da Unifesp, estudam células-tronco desde 2001 e conseguiram um feito importante: o nascimento de um dente na mandibula de ratos, o que antes só fora possível no abdômen. As possibilidades futuras são animadoras: obturar um canal com células-tronco diferenciadas e associadas a um biopolímero, regenerar a vitalidade de um dente, desenvolver um dente biológico no lugar de um perdido, reparar lesões da dentição ou recuperar estrutura e funcionalidade.

Os resultados destas pesquisas ainda deverão demorar para se tornarem procedimento prático nas clínicas odontológicas e isso é atribuído a falta de investimento necessário e falta de material genético nos laboratórios. As pesquisas são interrrompidas também porque jogamos fora material que possuem estas células-tronco.



PARA DOAR:
Quando o dente de leite da criança amolecer, informe ao projeto A Fada do Dente, da USP (projetoafadadodente@yahoo.com.br). Os cientistas mandam um tubinho com líquido para preservar o dente, após a queda, e esperam recebe-lo em até 24 horas.