segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DOENÇAS PERIODONTAIS E DIABETES GESTACIONAL


Um grupo de pequisadores da universidade de Nova York descobriu mais uma razão para que futuras mamães mantenham boa higiene bucal: mulheres grávidas com doenças periodontais têm mais chances de desenvolver diabetes gestacional do que grávidas que tem gengiva saudável.
O estudo acompanhou 256 mulheres no Centro Hospitalar de Nova York durante os primeiros seis meses de gravidez e notou que 22 mulheres desenvolveram a diabetes gestacional. Essas mulheres apresentaram um nível significamente maior de bactérias periodontais e inflamações na gengiva do que as outras mulheres pesquisadas.
A diabetes gestacional é caracterizada pela inabilidade de trasportar a glicose - principal fonte de energia para o corpo - para as células durante a gravidez. Essa doença geralmente desaparece quando a gravidez acaba, mas mulheres que tiveram a gravidez gestacional apresentam um grande risco de desenvolverem, mais tarde, a forma mais comum da diabetes, aquela conhecida como tipo 2.
Mais uma vez eu alerto para a importância de PREVENIR. É muito mais tranquilo evitar que estes problemas aconteçam. Na gravidez, a vascularização do corpo inteiro da mãe está maior e a placa bacteriana que talvez não causasse tão mal, nesta situação pode causar.
Lembrem-se também que a gestação é um momento de adquirir hábitos saudáveis e conhecimento sobre como cuidar da saúde bucal de seu bebê. Procure um cirurgião dentista para que ele passe as orientações necessárias.
Procure um dentista durante a gravidez para um controle de sua saúde bucal. Lembre-se que o sangue que passa pelas suas mucosas á o mesmo que circula no seu organismo todo! Caso haja bactérias e infecções estas poderão se distribuir para artérias cardíacas e articulações. Remoção de cáries, tratamento gengival ou apenas uma profilaxia como cuidado bucal às vezes é o suficiente para uma baixa na população bacteriana local. Caso necessite de um tratamento mais sério, existe um procedimento que permite estancar um problema maior que necessita de uma intervenção maior e mais prolongada, mas estaria contra-indicada do momento da gravidez. Chama-se adequação do meio. Ela vai estabilizar o quadro para um posterior e mais completo tratamento.
Cuide-se também e estará cuidando do futuro filhote!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Como conservar sua escova de dentes.


Algumas dicas básicas de como conservar sua escova de dentes livre de contaminações:
- Lave as mãos antes de escovar os dentes;
- Evite dividir a escova com o namorado ou marido;
- Depois de usá-la, seque-a batendo num canto da pia e guarde na posição vertical, dentro de algum armário. Não é aconselhável secar com a toalha;
- Evite mantê-la em local fechado e úmido. Aquelas tampinhas para guardar as cerdas são terríveis! As escovas de bolsa, então... são um ambiente excelente para proliferação de bactérias: úmido e quente. A troca das escovas de bolsa deve ter um tempo reduzido;
- Mantenha o porta-escovas distante do vaso sanitário (caso não seja possível guardá-lo em um armário) ou abaixe a tampa antes de dar descarga;
- Troque sua escova a cada 2 ou 3 meses, pelo menos. Lembre-se que com o uso de aparelhos ortodônticos, as cerdas se degradam mais rápido, devendo ser substituída antes;
- Depois de uma gripe ou alguma doença causada por bactérias ou vírus é adequado trocar a escova também;

Quando as cerdas estão abertas e gastas, as escovas não removem a placa bacteriana como deveriam, aumentando o risco de cáries e doenças gengivais.

Lembre-se: Quem escova é a escova e não a pasta! Use pouca pasta. O suficiente é a quantidade equivalente a um grão de feijão.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A LÍNGUA DIZ MUITO SOBRE A SUA SAÚDE



Quem pensa que sua função mais importante é a fala está enganado. Ela revela mais do que imaginamos, delatando desde problemas respiratórios até infarto no miocárdio. Basta prestar atenção nos seus sinais

Matéria da Revista Saúde é Vital Dez 2011
por Caroline Randmer design Laura Salaberry ilustrações Bruno Algarve


Veio da medicina tradicional chinesa a ideia de analisar a aparência da língua para desvendar eventuais problemas no corpo humano. Praticantes dessa abordagem terapêutica de 1600 a.C. acreditam que sua textura, seu formato e sua cor são capazes de dedurar desequilíbrios e dar pistas sobre o estado físico do indivíduo. Apesar de essa crença ter se deparado com certo ceticismo ocidental ao longo dos séculos, ela vem ganhando força em várias correntes. "Esse órgão muscular sinaliza qualquer alteração do corpo", afirma Ana Kolbe, presidente da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca, em Salvador, na Bahia.

Cientistas da Universidade de Tecnologia da Malásia também apostam nisso e iniciaram um projeto que deve durar pelo menos três anos. Eles querem provar que o exame de observação língual deve ser incorporado ao dia a dia de médicos e dentistas. Com o auxílio de leituras digitais, os estudiosos desenvolvem um chip para processar imagens capturadas na boca e aperfeiçoar o diagnóstico.

Esse tipo de investigação é possível porque as mucosas do nosso organismo são as primeiras a sofrer alterações quando ele está em apuros. Daí que até o estado nutricional se reflete na língua: "Os tecidos da boca se renovam constantemente. Por isso, a formação de novas células depende de uma série de nutrientes, como as vitaminas", explica o gastroenterologista Jaime Zaladek Gil, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Ela, portanto, acusa as eventuais carências.

A aparência da mucosa, em si, é a primeira a ficar diferente quando algo não vai tão bem. Isso porque nosso corpo mantém um estoque de substâncias importantes, como certos nutrientes. Se essas reservas ficam no limite, logo surgem tonalidades estranhas, por exemplo. Um problema bastante comum é a língua ficar mais avermelhada do que o normal e perder sua aspereza característica. "Isso acontece quando há falta de vitaminas do complexo B e ferro", exemplifica Débora Dourado, gastroenterologista do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.

Doenças mais graves, por sua vez, fazem mais do que alterar a língua em si. Elas tendem a afetar o fluxo salivar. "A saliva é formada por uma parte líquida e uma sólida. Quando alguém adoece, a tendência é o problema diminuir a produção só da primeira parte", explica Ana Kolbe. Então, os resíduos sólidos, capazes de entregar a disfunção, formam um revestimento mais aderente e espesso que, conforme a cor — amarelada, branca, com pontos negros, entre outros tons —, irá levantar suspeita do mal que está à espreita (e você pode conferir alguns exemplos nas ilustrações à esquerda e abaixo). Portanto, já sabe: mostre a língua.

Outra função primordial
Nas papilas gustativas, há sensores que distinguem cada sabor. Eles enviam mensagens ao cérebro, que reconhece as sensações:



Veja o que a aparência da língua pode indicar:
















CHEGA DE RANGER OS DENTES



Matéria da Revista Saúde é Vital - Dez-2011
por Caroline Randmer • design Laura Salaberry • fotos Alex Silva


Esse distúrbio, nocivo às estruturas dentárias, é comum entre crianças. Estudiosos dizem que o perfil psicológico é o grande responsável pelo hábito

A notícia veio há quase dois anos: a pequena paulistana Giovanna Mascaros, na época com 4, ia ganhar uma irmã. A partir daí, passou a ranger os dentes enquanto dormia. Esse movimento involuntário da mandíbula, que na maioria das vezes ocorre quando a gente adormece, recebe o nome de bruxismo e atinge aproximadamente 19% dos garotos e garotas. Se for persistente, desgasta os dentes, modifica a estrutura óssea temporomandibular — a área entre o osso temporal e a mandíbula — e até aumenta a pressão na cabeça.
No caso de Giovanna, a suspeita foi de que a alta carga emocional da novidade teria desencadeado o baticum da dentição — e o bruxismo teria sido a maneira de extravasar os nervos. "Muitas vezes o ranger dos dentes é o sintoma de um problema maior", explica José Eduardo de Oliveira, odontologista da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, no interior do estado. O distúrbio pode ser um reflexo da ansiedade e da irritação infantil. "Isso comprova que não se deve encarar problemas psicológicos e fisiológicos de formas distintas", diz a psicóloga Ana Carolina Peuker, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Em outras palavras, as reações físicas sempre estão fortemente ligadas às emoções.

Mas por que, inconscientemente, os pequenos exteriorizam o nervosismo rangendo os dentes? "Durante os primeiros anos, a boca é o portal para a vida", explica a odontologista Kranya Victoria Díaz- Serrano, da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, no interior do estado. "É pela sucção, enquanto são amamentadas, que as crianças resolvem suas necessidades físicas e emocionais", complementa José Eduardo de Oliveira. Por isso que, quando ou o menino ou a menina se sentem incomodados ou frustrados, a mente às vezes entende que estimular fricções dentárias na calada da noite seria um jeito de recuperar a serenidade.

Sono tranquilo

A atenção dos pais e professores é essencial para o diagnóstico correto. Já o tratamento pede uma abordagem multidisciplinar. O primeiro passo é o uso da placa de mordida — desenvolvida pelo dentista —, que se encaixa na superfície dentária para evitar o desgaste. Depois é preciso entender qual foi o estopim para o hábito. Vale procurar um psicólogo nessa hora. "A criança vai precisar expandir o repertório comportamental para enfrentar tensões, participando de grupos ou viajando", aconselha Ana Carolina Peuker. "Já a fonoaudiologia pode auxiliar no relaxamento muscular e na mobilidade da mandíbula", conta a fonoaudióloga Ana Lucia Kozonara, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. "Durante o tratamento, deve-se evitar gomas de mascar e alimentos duros, que exigem muito da musculatura bucal", complementa Kranya. Como os pais de Giovanna detectaram o problema logo no início, seus dentes não apresentam tanto desgaste. Agora, mais importante do que nunca, são as visitas regulares à cadeira do dentista.

O bruxismo pode causar:

Dores de cabeça
A estrutura muscular da cabeça está conectada com a da mastigação. O estímulo excessivo a deixa tensa e isso dispara as dores.

Zum-zum no ouvido
A rigidez nos músculos instiga o zumbido como forma de igualar a pressão na cabeça.

Dores musculares
Por causa das contrações constantes, a musculatura fica cansada. Daí, é normal acordar com a bochecha dolorida.

Desgaste do sorriso
A força do apertamento compromete o esmalte dentário e pode até causar fissuras e quebras. Quando isso acontece, o dente fica mais sensível a temperaturas altas e baixas.

Problemas na articulação
O bruxismo pode desencadear a disfunção da articulação temporomandibular, com deslocamento da mandíbula, estalos e dores na região.

Mastigação noturna
Às vezes, o hábito de mastigar enquanto dormimos pode ser confundido com outros distúrbios relacionados ao sono, como o próprio bruxismo. "Mas a mastigação noturna involuntária é causada por vermes que vivem em nosso intestino", diz o odontologista José Eduardo de Oliveira. É importante ressaltar que todo mundo faz esse tipo de movimento durante o sono. Então, não é preciso se alarmar caso seu filho pareça mastigar algo enquanto dorme, de vez em quando — a não ser que o problema passe a incomodar. Aí vale procurar um especialista e realizar exames para checar uma eventual verminose.